Gustavo 15/02/2022
Nono
Terminando o meu combo de resenhas sobre Innocent e finalizando, oficialmente, a minha leitura dessa série, essa aqui são as minhas opiniões de um modo geral (ou talvez, mais aprofundado, não decidi ainda) sobre a obra como um todo.
Essa não é a primeira vez que eu leio esse mangá, da primeira vez que eu li, há mais de quatro anos, eu já amei. Mas, agora, eu sinto que consegui aproveitar mais e sentir tudo o que o autor tinha a me apresentar.
Sobre o volume nove: Acontece muita reviravolta, principalmente no que tange a Marie Sanson. Parece que foi muito rápido o que aconteceu mas ao mesmo tempo, foi bem explicado sem deixando espaço para dúvidas. E apareceu o Alain e assim, demorou nove volumes para aparecer e quando chegou, roubou o meu coração. Esse personagem é meu tudo. Sério. Aqui também, o leitor é apresentado ao filho do Charles, o que viria a ser o quinto líder dos Sanson.
E agora, sobre as minhas opiniões:
Quando eu terminei o outro volume, eu fiquei com um sentimento ambíguo sobre o que achar dessa série. Meio que eu já estava tentando prever o que aconteceria, mas, na minha cabeça, o autor tinha se perdido um pouquinho. O Charles é um personagem bastante controverso, na minha opinião, porque ele tenta combater alguma coisa, porém, em determinado momento, ele desiste disso e se vê refém daquilo que ele queria combater.
E o que fica para gente é uma mensagem de: se conforme com o que você tem e se conforme com o que você é, as coisas nunca vão mudar e supere. Mas, nesse último volume, Marie Sanson salvou toda a história. Além da presença do Alain, que influencia na cabeça da nossa Marie, ele também mostra para ela que a mudança pode ser feita.
E o Alain é o primeiro amor da Marie, então, as palavras dele acabam sendo mais certeiras no coração dela. Eu sinto que se o leitor só tivesse o Charles na história, com certeza, esse final seria uma bosta. Porque ele é um personagem que acabou se perdendo mesmo.
Além disso, o mangá discute com muita veemência e até um pouco de rispidez sobre o lema da Revolução Francesa, no caso: Liberdade, Igualdade e Fraternidade. Fala bastante sobre a estrutura de poder monárquica e sobre a opressão que os mais pobres sofriam. Os altos impostos que eram cobrados para satisfazer privilégios dos aristocratas, em especial, do Rei. E de todo o jogo de poder e política que todos esses aristocratas querem.
É quase como um relato bruto e verdadeiro sobre o que nós, humanidade, precisamos melhorar.
Além disso, as discussões sobre gênero levantados principalmente em cima da Marie Sanson e sobre os toques sobre discussões de homossexualidade e representatividade em cima do Charles, são coisas que deixam a obra mais rica e mais bonita.
A história em si é bastante completa porque não fica estagnado no Charles ou na Marie as ações. O autor vai dar uma volta naquele mundo antigo e vai comentar sobre a história. Personagens que são e foram importantes para a história da humanidade, no que tange o momento histórico em que eles estão, são destacados no mangá dando, além de profundidade, uma alma para o desenho.
Essa é uma obra também é muito bem desenhada. Como eu não entendo nada sobre traço ou desenho dos autores, eu não vou comentar sobre, espero que vejam outras resenhas aqui do Skoob mesmo que conseguem falar dessa parte melhor que eu.
Logo no início da minha leitura, eu comecei a me questionar se essa era uma obra de não-ficção, uma biografia ou um romance. Eu acabei não indo me aprofundar melhor sobre o assunto (peço desculpas, inclusive), mas, farei depois dessa resenha. Porém, se for um relato biográfico e histórico, é realmente muito lindo como tudo acontece e como toda a história se envolve, fecha todos os pontos e ainda assim, conseguiu me emocionar. Se for romance, não perde a qualidade.
Esse é aquele tipo de coisa que merece ser lido muitas e muitas vezes, porque nunca tu consegue absorver tudo o que se tem. Os desenhos são muito cheios de detalhes e a história é muito completa, complexa e profunda. Faz com que o leitor vá pesquisar melhor e entender sobre a Revolução Francesa, sobre as famílias e sobre os Sanson.
Enfim, é perfeito, mas eu reconheço que não é uma leitura para todo mundo, é bastante sangue, morte, agonia e dor. Então, é compreensível que nem todo mundo vá gostar. Porém, dar uma chance é sempre válida.
Para finalizar:
"Et commence la révolution innocent"
Para o nono e último volume de Innocent, eu dou cinco estrelas e um coraçãozinho (e finalmente, terminei essa saga)