Rasputin e a Revolução Russa

A Princesa Catherine Radziwiłł, que viveu o dia a dia da côrte russa, é também uma pessoa controversa. Fez de alguns de seus escritos peças de chantagem, como você lerá ao final deste livro na seção destinada à autora. Mas o que conta da côrte russa e da presença de Rasputin nos últimos anos dos Romanoff é o primeiro relato sobre a passagem desta figura emblemática na história russa.
Quando o livro chamado "Por trás do véu na Corte Russa" foi publicado (1914), os Romanoffs estavam reinando e, considerando o fato de que ela estava vivendo na Rússia na época, a autora escondeu sua identidade, que, caso se tornasse conhecida, teria arriscado ser submetida a graves aborrecimentos, e até mesmo ser enviada para a Sibéria, onde Nicolau II mais tarde foi exilado.
Com o pseudônimo de "Conde Paul Vassili" alguns dos textos mais controversos de Catherine foram publicados. Não é o caso deste Rasputin e a Revolução Russa, escrito já com seu nome figurando na capa. Ela coletava informações sobre tudo o que ocorria na côrte russa, bem como em toda a Rússia, e depois passava estas informações a um diário. Estas anotações se tornaram este livro em 1918, e segundo ela, "não contém nada além da verdade", e foi compilado principalmente da convivência dela com os Romanoffs e com Rasputin, e "a partir das narrações dos principais personagens ligados de uma forma ou de outra com a Revolução Russa".
Os fatos relativos a Rasputin, e os detalhes da extraordinária carreira dele, foram, neste livro, entregues pela primeira vez ao público. Na narração de Catherine há ainda ainda a relação da passagem deste homem na côrte russa com a revolução bolchevique.
"Rasputin foi o último representante do velho regime. Sua aparição no horizonte da vida social russa foi apenas a última cintilação de um passado detestável. Durante seu tempo de favor e de sucesso, as duas forças que lutaram pela supremacia na terra de seu nascimento travaram sua última batalha, na qual ele foi a estaca", escreve ela em determinada passagem.

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