O livro mostra um Raul que os fãs não conheceram. Seu fascínio por filosofia e a inspiração para músicas que revolucionaram o rock nacional, e a criação do "Maluco Beleza", reverenciado por antigos e novos admiradores de sua genialidade.
Sylvio Passos, que conviveu nove anos com Raul Seixas, comenta: "Nesse livro vamos ver que Raul conseguiu passar conceitos de filósofos, de Platão a Sartre, tendo obsessão pelo niilista alemão Arthur Schopenhauer e o hermético Crowley".
Algumas revelações do livro:
- A metamorfose ocorre com a leitura do filósofo niilista Schopenhauer.
- Em 1968 citou Schopenhauer na composição Trem 103: Consciente de voltar por onde vim. O trem, a composição, veículo da morte-renascimento, torna-se presença constante na sua obra. Aparece com destaque em 1973 (A hora do trem passar) e em 1974 (Trem das sete). Em 1989, ano de sua morte, Raul expressou o desejo de mudar a direção do trem (Carpinteiro do universo).
- Em alguns momentos citou Protágoras, Sócrates, Platão, Sartre, mas suas principais fontes foram o hermético Crowley e o pessimista Schopenhauer.
- De Crowley, Raul abstraiu a proposta místico-liberal. Levou-a ao público a partir de 1974 como Sociedade Alternativa. Mesmo sem a benção da censura, recitava os versos da Lei de Thelema ou Lei da Vontade (de Crowley e Schopenhauer) em meio ao refrão da Sociedade.
- Mosca na sopa é Schopenhauer (Se a mosca, que agora zumbe em torno de mim, morre à noite, e na primavera zumbe outra mosca nascida do seu ovo, isso é em si a mesma coisa), mas para não deixar dúvida sobre sua fonte mais rica, em 1983 pegou do filósofo um trecho do capítulo Morte - do livro Dores do Mundo - para usar em Nuit: (Quão longa é a noite do tempo sem limites, comparada ao curto sonho da vida).