Embora o desejo de enquadramento da Igreja não fosse novo à Coroa Portuguesa, o consulado pombalino dotou o regalismo luso e seus instrumentos de ação de fundamentação doutrinal que o permitiram alcance inédito. Munido de privilégios, prestígio e poderio material, o clero regular foi alvo privilegiado daquela política, da qual a expulsão dos jesuítas é a face mais evidente. Dezenas de outras ordens religiosas, entretanto, pontilhavam com suas casas e indivíduos Portugal e suas colônias, e a ação do Estado diante de cada uma delas variou não apenas entre as corporações ou as províncias e vigararias em que se ramificavam, mas também segundo contextos específicos. Neste estudo, a partir da ação da Coroa entre os religiosos da Província do Carmo do Rio de Janeiro, mostramos como a práxis regalista sobre os regulares foi diretamente impactada e até relegada a segundo plano diante de necessidades consideradas vitais a administração e conservação do território colonial.
Analisamos também como, amenizadas tais urgências, a atuação reformadora do bispo Mascarenhas Castelo Branco entre aqueles religiosos não apenas o fez um agente da ilustração católica, mas também do catolicismo ilustrado.
História do Brasil / Política