Apesar de a política externa do Governo Castello Branco ter sido caracterizada por um retrocesso ao alinhamento automático com os EUA e por uma ênfase diplomática no âmbito hemisférico, e a década de 1964-1974 pelas "fronteiras ideológicas", os elementos da multilateralização das relações exteriores e do desenvolvimento nacional aprofundaram-se nos governos subsequentes. A definição dos interesses internos e a nova configuração internacional permitiram ao Governo Geisel a ampliação da posição brasileira através do pragmatismo responsável e ecumênico. A política externa do Regime Militar atingiu, assim, seu apogeu durante os governos Geisel e Figueiredo, promovendo o país nos fóruns diplomático e econômico mundiais, garantindo-lhe autonomia e projeção.
O Brasil se tornou um ator global e uma das grandes economias do mundo. Todavia, a reversão do contexto internacional nos anos de 1980 definiu o início dos ajustes estabilizadores e o término do processo de abertura política e aprofundamento da abertura econômica dos Estados latino-americanos, em especial o brasileiro. O governo Sarney, enfrentando imensas dificuldades internas e externas, ainda manteve o mesmo paradigma de política exterior do Regime Militar. As dificuldades globais foram acompanhadas, desde a passagem dos anos 1970 aos 1980, por uma inflexão em direção aos vizinhos platinos e à integração regional, processo inédito na história diplomática brasileira.
História do Brasil