Ter mais liberdade e autonomia nos relacionamentos amorosos faz sentido para muita gente, mas porque, na prática, costuma ser tão difícil? Nove pessoas de idade, gênero e sexualidade diversas nos dão acesso ao mais íntimo de suas experiências na não monogamia. Este livro costura reflexão e experiência a partir de histórias reais, afinal, na teoria tudo parece fazer sentido, mas é na vivência que surgem os grandes desafios. Na descoberta de padrões que não fazem mais sentido, é possível promover e sustentar mudanças de modo consistente, profundo e, ao mesmo tempo, com mais leveza. A possibilidade de ter mais de um parceiro é apenas uma das muitas questões que podemos revisar para buscar mais satisfação na vida afetiva, e estes relatos passam por várias delas. A lida com o ciúme pode ser menos culpabilizante e vexatória, e se tornar oportunidade de esclarecer o que precisa de atenção. Se sentir mais independente fica mais tangível quando entendemos que não é apenas questão de esforço individual ou personalidade, mas também de arranjos e contextos que colaborem para tal. Nos libertamos de grandes pesos, sofrimentos e da perseguição de vínculos que nunca satisfazem, quando entendemos melhor a influência dos papéis de gênero, sobretudo do que comumente significa ser homem e mulher na hora de amar. Nos sentimos mais seguros construindo uma noção racional e honesta do que seja compromisso, responsabilidade e ética nas relações. Grandes mudanças comportamentais podem surgir quando compreendemos melhor como o amor romântico está arraigado em nós de maneira muito mais sutil e penetrante do que clichês como “a tampa da panela”, operando por trás de atitudes de controle e abuso. E, no contato com a diversidade, permitimos que nós próprios tenhamos direito de ser quem somos.
Sociologia