Religião, Crime e Loucura

Religião, Crime e Loucura Valdir Perazzo...


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Religião, Crime e Loucura


A tragédia do Tauari




Livro conta a história dos fanáticos religiosos do rio Tauari que mataram filhos e parentes a fim de se purificar para o Arrebatamento
Coroando o encerramento das comemorações da Semana do Advogado, acontece às 20 horas 30 minutos desta noite na sede da Ordem dos Advogados do Brasil, OAB, seção Acre, o lançamento do livro Religião, Crime e Loucura escrito a três mãos pelo defensor público Valdir Perazzo, jornalista Juracy Xangai e pelo especialista em criminologia forense, Geraldo José Balonne que participaram do mais longo julgamento já realizado no Acre.
Os autores tratam a história de três pontos de vista, o relato jornalístico, o jurídico e o científico da história que se deu no seringal localizado às margens do rio Tauari há três dias de canoa de Tarauacá onde adeptos da Igreja Pentecostal Unida do Brasil foram tomados por uma onda de fanatismo desencadeada pelas previsões da “profetisa” Doca, alegando que o arrebatamento dos fiéis estava prestes a acontecer. Por isso todos deveriam purificar-se jejuando pelos próximos 40 dias até o evento em que Jesus passaria num corro de nuvens elevar os puros da fé aos céus. A partir daí uma sucessão de fenômenos naturais e de visões gera uma turbulenta histeria coletiva com auto flagelações, chicoteamentos, espancamentos e assassinatos de adultos e crianças em nome de Deus.
A história que ganhou repercussão nacional pela sua brutalidade e insanidade momentânea dos fanáticos que foram ao banco dos réus num julgamento que durou oito dias e que levou à condenação deles apesar da perícia apontar insanidade momentânea dos réus tomados pelo furor da histeria coletiva estimulada por seu fanatismo religioso.
O defensor público Valdir Perazzo, um dos autores do livro recorda que: “O julgamento dos fanáticos do Tauari aconteceu justamente num momento em que se discutia a desmanicomialização do Brasil, ou seja, o fim dos hospícios para que os doentes mentais passassem a receber atendimento médico regular em casa, junto aos seus familiares como forma de garantir sua recuperação sem a segregação social da prisão nos sanatórios. Coincidentemente, hoje, dez anos depois o livro é lançado no momento em que o Brasil discute a questão da dependência química das drogas como um doença social que precisa ser tratada como problema de saúde pública”.
Destes dez anos restam apenas os fatos de que, por recurso da defensoria aprovado pela justiça, nenhum dos réus condenados foi submetido a prisão efetiva depois do julgamento, e que, apesar de estarem livres, jamais voltaram a cometer crimes. Também é fato que nem a Igreja Pentecostal Unida do Brasil, ou o Estado tomaram qualquer medida reparadora em favor daqueles que acuados pelo isolamento, analfabetismo e ausência do poder público, tornaram-se reféns de pregações fanatizantes. “Este livro traz à vista de todos a discussão que continua emperrada no Congresso Nacional que é a necessidade da regulamentação da atividade religiosa no Brasil, impondo limites e responsabilizando criminalmente os atos extremos de fanatismo!”

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Sheldon
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12/01/2014 13:36:24

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