Este livro examina a doutrina da punição transgeneracional encontrada no Decálogo - isto é, a ideia de que Deus pune os pecadores de forma vicária e estende a punição devida a eles até a terceira ou quarta geração dos seus descendentes. Embora essa fosse uma Lei "dada por Deus", a injustiça de punir pessoas inocentes meramente por serem os filhos ou netos dos malfeitores foi claramente reconhecida no Antigo Israel. Uma série de respostas intrabíblicas e pós-bíblicas ao preceito demonstra que os escritores posteriores foram capazes de criticar, rejeitar e substituir essa doutrina problemática por uma noção alternativa de retribuição individual. A partir de tal perspectiva, o cânon formativo é a fonte de sua própria renovação: ele nutre a reflexão crítica sobre a tradição textual e patrocina a liberdade intelectual.