z..... 04/03/2015
A edição explora a mitologia em cinco momentos, com maior destaque para o panteão grego. Registrando por um ângulo mais informal (leio esse tema como curiosa distração) me chamaram a atenção:
Mitologia Grega: Parece ser a mais vasta e tem narrativas envolventes. Acompanhe comigo:
Tifão e Equidna, "o casal 20 da beleza", pais de fofuras como a Quimera, Cérbero e a Hidra de Lerna.
Algumas das mais bisonhas lendas tem início e fim não se fomentando um horror contínuo; pontos a menos para a chocarrice do terror, pois Belerofonte matou a Quimera, Hércules a Hidra de Lerna, Perseu a Medusa e Teseu o Minoaturo. Falando no cornudo, curioso saber a forma como foi concebido. Té doidé, ô Pasíafe! As Sirenas revelam como eram as sereias da Odisséia, de Homero, e o cíclope Polifemo mostra-se tão grotesco quanto o tamanho de sua inteligência. Agora, vem cá! As Erínias não lembram aquelas típicas sogronas carne de pescoço? Isso tudo tá lá na edição e o que mais gostei nessa parte foi sobre a lenda do Prometeu, que mistura romance e tragédia, mas com um fim (a edição não cita) mais nobre para o sujeito, ao ser libertado por Hércules e substituído do castigo por Quíron (calma lá valente centauro, que depois de 30 mil anos a fuleira da águia te deixa...)
O mais aterrorizante dessa mitologia é saber da condução desse mundo por um bando de deuses doidos, safados e chiliquentos...
Falando ainda de famílias divinas, na Mitologia Egípcia é mostrada a saga de guerras e discórdias no panteão, com um Seth pra lá de invejoso e usurpador (sem os "cunhados", que foram capados pelo sobrinho Hórus).
Faltou falar das múmias que, no estereótipo dessa cultura, é o que há de mais aterrorizante. Pisada na bola da edição.
Na Mitologia da Europa tem umas coisas de muita influência hoje, como a cultura celta que encontramos aos borbotões na literatura e filmes.
Ô rapaz! Aquele Loki nórdico parece que queima, heim! Até de égua se transfigurou para seduzir um cavalo... Bem, não! Banshee parece ser a inspiração para a lenda da rasga-mortalha e matinta-pereira (também de um X-Men), e o Kelpie será um engodo para proteger o patrimônio alheio? Possível, não diziam também para o povão que manga com leite fazia mal, por exemplo. Similaridades.
O mais aterrorizante nessa parte foi sobre os íncubos e súcubos que, tirando a parte lendária, lembra experiências de aflições que de fato existem.
A Black Annis é como a velha escrota da estória de João e Maria (também daquela canção: dorme neném, que a cuca vai pegar). Cada estória sem pé nem cabeça, tipo o Dullahan, na cultura dos mais antigos... Só dos mais antigos é? Por acaso já ouviu falar de São Denis?
Os Berserkers parecem um exército de noiados e o que mais gostei nessa seção foi sobre a Dearg-Due, uma vampira nos moldes sedutores de hoje, cult para quem curte. A Leanan Sídhe é também curiosa, uma espécie de vampira-fada inspiradora do romantismo sofredor (essa é curtição de uns poetas).
A parte da Mitologia do Oriente foi mostrada como a mais surreal, com umas narrativas macabras pela esquisitice. Não entendi foi nada da saga familiar no panteão, descritas no xintoísmo segundo a edição.
Foi mostrado o Tigresomem da China (dá para sacar do que se trata), os Pishachas (fantasmas antropófagos da índia), os Pretas e Vetalas (vampiros zumbis horrorosos).
Falando nos sanguessugas, ao longo da edição vemos a presença em diferentes culturas. Além dos já citados, é mostrado também o Nachzehrer (um vampiro alemão disseminador de doenças) e o Strigoi (vampiro romeno que sugava direto no coração). Mas o surpreendente, e até desconhecido, é o Kappa japonês. Além de feioso ao extremo, se eu te contar por onde ele sugava sua vítimas...
A última seção é sobre a Mitologia da América e Oceania.
A lenda de Sedna, mito inuíte (esquimó no popular) está relacionada a uma busca de alívio pela religiosidade (é até engraçada e com um tom poético); na Colômbia encontramos a La Llorona (lembra as lendas urbanas de mulheres misteriosas que encontramos por aí, só que essa assusta o cabra); e o Tiyanak é um bebê filipino que nem aquele do filme “Nasce um monstro” (o pequerrucho pode devorar um infeliz, mas é espantado se a pessoa usar a roupa do avesso. Vá entender!).
O mais macabro nessa seção, e na edição toda, foi sobre os banhos de sangue nos sacrifícios astecas. Pior que é tudo verdade, com mortes cruéis arrancando-se o coração ainda pulsante e oferecendo ao deus deles (e ainda comiam depois o infeliz sacrificado).
Caramba! Não sei nem como descrever sem falar um palavrão! Mas na mitologia da Nova Zelândia, o principal deus, Maui, morreu de uma forma excêntrica. Segundo a edição, no que entendi (deixa eu tentar ser cuidadoso com as palavras), por uma bo*#@#%$*tada da Grande dama do Mundo das trevas, conhecida como Hine-nui-te-po. Sem comentários a mais.
Gostei da revista! Faltou incluir algo do Brasil. O chupa-cabras cairia bem. Na real, o povo teme mesmo mais outras coisas da nossa realidade, como o maldito Politicus corruptus.