z..... 07/07/2019
Retrato da favela no diário de Carolina
Primeira revista que apresentou textos de Carolina de Jesus, contribuindo para divulgação de sua obra e consequente publicação. A edição é de 1959 e a reportagem foi assinada por Audálio Dantas.
Em linhas gerais, o jornalista esteve na favela do Canindé no ano anterior, na busca de pauta para o jornal 'Folha da Noite', o que rendeu texto interessante sobre uma diferenciada escritora que encontrou, publicando-se também trechos de seu diário.
A reportagem de 'O Cruzeiro' republicou a matéria, enriquecida com informações e fotos do mesmo jornalista, com maior repercussão.
É uma reportagem interessante. Apesar do contexto trágico e triste, desperta melancolia em realidade que instiga o leitor para conhecer. Tanto que, no ano seguinte, o livro de Carolina foi publicado e rapidamente traduzido para vários países.
O texto aborda o contexto difícil da vida na favela, apresenta um pouco da biografia da escritora, transferindo para ela a condução das informações da realidade em destaque (na publicação de trechos de seu diário).
Registre-se, as informações são impactantes, como o início do diário, no dia do aniversário de sua filha...
As fotos também foram registradas de maneira curiosa: Carolina habitualmente escrevendo; dando um rolé pela ruas junto com a filha (remexendo lixeiras das calcadas, seu cotidiano como catadora de papel); crianças brincando no lixo (também catando coisas, que poderiam ser, entre outras coisas, o alimento do dia...) e a autora no regresso para o lar com sua sacola (sugestionando histórias diversas que também trouxe para compartilhar no diário). A foto mais emblemática foi o registro de Carolina na frente da Academia Paulista de Letras, talvez um insight sobre nova ótica literária...
Texto para enriquecer as pesquisas sobre a escritora.
site: memoria.bn.br/DocReader/003581/124937