Esse livro documenta uma experiência singela. Acontece no cais do Valongo desde julho de 2012. O Valongo, lugar de desembarque de centenas de milhares de africanos escravizados entre 1774 e 1831, passou em seguida quase dois séculos encoberto e esquecido pelos habitantes do Rio de Janeiro e seus visitantes. Como era inconveniente lembrar desse lugar de sofrimento e de profunda injustiça, os donos do poder carioca o encobriram, primeiro com outro cais, depois com um largo chamado de “Jornal do Commercio”, o que evoca notícias de uma atividade decente e normal, não um crime contra a humanidade.
Artes / História / Não-ficção