Não acredite no título deste livro. Se você pensa que vai encontrar aqui um poeta romântico, ou o clichê do poeta que deixa fluir, sem muitos filtros do trabalho estético, o que vem da sua alma, errou. Também nada tem de visceral, no mesmo sentido do clichê daquele que faz das tripas poesia. Há sim aqui um trabalho de construção. Às vezes, beira o poema visual, com dois ou mais eixos de leitura no espaço da página. Há deslocamentos no espaço criando ritmos novos, há imagens artesanalmente pintadas com palavras, há um poeta criticando a sua própria poesia, enfim, há todo um projeto de questões literárias posto no jogo criativo. Se, depois disso tudo, você ainda quiser ler esse livro, vá adiante. Ele foi feito para leitores como você.
Ricardo Silvestrin
Poemas, poesias