Em 'Sangüínea', Calixto aposta na variedade de registros, na profusão de tons e de cores. Em 'A canção do vendedor de pipocas', que abre o livro, o poeta se move em uma paisagem urbana e divaga em versos tão prosaicos quanto eficazes - 'imagino que as canções de Bob Dylan/ existam para nos fazer suportar dias/ como este'. Já em 'Elefante de sândalo', ao contrário, encontramos um sujeito atento a 'passos, entorpecidos pelo cinzel' e desejoso de 'escalar os patamares da beleza'. Mas como nota Marcos Siscar, que assina o posfácio, 'em nenhum momento [...] essa variedade significa para Calixto uma abdicação da forma'.