Santos

Santos Araquém Alcântara


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Todo homem tem seu Amarcord. O de Araquém é igual ao de Fellini. Ao menos no que diz respeito aos navios: na Santos que lhe serviu de casa por três décadas, também elas foram a matéria das reminiscências, o espectro indelével que a alma reteve nas baforadas da memória. Há os navios da infância, que Araquém assistia deslizarem estuário adentro enquanto aguardava, de tarrafa em punho, as manjubas que seriam levadas para a cozinha de sua mãe, servidas com pirão de tainha. E há os de depois, dos dias em que, sentado diante da velha Remington, suspendia o correr do tempo ao contemplar a passagem dos barcos pela orla, quase da altura dos edifícios. A Santos de Araquém é uma cidade semovente. Um arquipélago de infinitas ilhas, imensas e móveis, de ferro todas, que por anos viu chegarem carregadas de marinheiros e zarparem empachadas de café, quando não de sonhos dos que ficavam em terra, arrebatados pelos destinos possíveis que aquelas bandeiras, tão estranhas, prometiam.

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29/12/2013 04:05:52

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