Um romance concebido naquele estilo fervente, de cara durão na escrita, tão familiar aos apreciadores das histórias de detetives dos anos 30 e 40. Chester Himes é o companheiro negro de Dashiell Hammet, Raymond Chandler e David Goodis. Um prosador de músculos e suor, que faz neste romance de estréia, em 1945, um tour de force linguístico e a mais brilhante recriação do mundo dos trabalhadores negros durante o esforço de guerra, num tempo em que linchar crioulo era coisa corriqueira.
Mas este livro não fica apenas na questão racial. É também uma história de desespero existencial, de rápida e trepidante recriação das ruas de Los Angeles, com seus bares, restaurantes e sua fauna de solitários. E se o que o livro conta é algo amargo, não podemos esquecer que a mesma sorte implacável dos antagonismos raciais ainda faz as suas vítimas. Nos Estados Unidos e no Brasil.