Há uma grande sede instalada no coração humano. Uma espécie de saudade. Mas, saudade de que coisa? De si mesmo. Um desejo de voltar para a casa. Como assim? Uma sede de interioridade. A distância do próprio eixo, por um longo tempo, gerou desequilíbrio existencial. A solidão da alma. O ser humano ferido. É que a interioridade não é explícita. Ela precisa ser buscada. Habita os átrios do mistério e só se revela a quem dela se aproximar com muito silêncio e atenção acurada. Saudade porque já a conhecemos. Já estivemos nela, bem no início de nós mesmos. Mas, nosso sistema de vida nos separou dela. É preciso redescobri-la. Claro, o caminho é outro. Para dentro. No profundo. Através da sutileza do ser. Em direção à própria alma. Redescobri-la é como que desvendar segredos esquecidos. E encontra-la é o mesmo que se re-conhecer.