Self e Narcisismo

Self e Narcisismo Heinz Kohut

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Self e Narcisismo





"Se me perguntasse o que considero o aspecto mais importante a ser enfatizado acerca do narcisismo, eu responderia: sua linha independente de desenvolvimento, do primitivo ao mais maduro, mais adaptativo e culturalmente mais valioso. Esse desenvolvimento tem determinantes inatas importantes, mas o interjogo específico da criança com seu ambiente [...] merece um exame mais detido, especialmente com o auxílio dos estudos de variedades de transferências narcísicas. [...] Há diversas formas de narcisismo que devem ser consideradas com constelações psicológicas independentes, cujos desenvolvimentos e funções merecem exame e avaliação em separado. E certas realizações complexas e autônomas da personalidade madura são derivadas de transformações do narcisismo, isto é, criadas pela capacidade do ego de subjugar as catéxias narcísicas e empregá-las para fins mais elevados."



Essa a posição teórica defendida por HEINZ KOHUT nos três primeiros trabalhos contidos neste volume, e dos mais importante para o estudo dos temas principais desenvolvidos em sua obra, ou seja, o narcisismo e a psicologia do self. Sua interpretação do narcisismo foi apresentada pela primeira vez em 'Formas e Transformações do Narcisismo', onde são desenvolvidas, de maneira extremamente didática e sistemática, idéias que já haviam aparecido de forma dispersa em artigos anteriores, ao lado de outras novas. Segue-se 'O Tratamento Psicanalítico das Perturbações da Personalidade', que trata da aplicação dos conceitos do narcisismo, apresentados no trabalho anterior, ao tratamento clínico das personalidade narcísicas. Em 'Reflexões Acerca do Narcisismo e da Fúria Narcísica', KOHUT aborda mais manifestações agressivas ligadas ao desequilíbrio narcísico dentro e fora do processo de tratamento psicanalítico.



A presente coletânea contém ainda dois trabalhos sobre o self. Depois de observar "ser erro acreditar que a pesquisa psicanalítica atingiu o estágio final de desenvolvimento no qual nada há a fazer senão corrigir, aperfeiçoar e esclarecer nossas teorias, um estágio em que não podemos descobrir nada de novo; acho que isso é exatamente o contrário da verdade", KOHUT procurou, ao desenvolver a teoria do self, demonstrar que o campo da psicologia profunda ainda está pouco explorado e que por isso "devemos resolutamente estender nossas pesquisas, movendo-nos em novas direções e rumo a maiores profundidades". Suas teorias do self visaram ainda a um segundo objetivo: tratar, dentro do esquema referencial da psicologia profunda empírica, de uma dimensão da vida psicológica humana, de um conjunto de funções do self que até o momento não foram focalizadas pelas pesquisas científicas, mas sim abordadas através da obra de teólogos, artistas e filósofos, especialmente os existencialistas como SARTRE e CAMUS — ou seja, o "mal-estar existencial ou angústia existencial — de nosso tempo e, por extensão, de todos os tempos".



CONTRA CAPA

HEINZ KOHUT (1913-1981) nasceu em Viena, Áustria, onde formou-se em Medicina. Tendo emigrado para os Estados Unidos, completou o treinamento em Neurologia e Psiquiatria na Universidade de Chicago e fez formação psicanalítica no Instituto Psicanalítico de Chicago. Foi professor conferencista na Universidade de Chicago e professor visitante na Universidade de Cincinnati, a qual lhe concedeu o grau honorário de Doutor em Ciência (1972). Psicanalista Didata no Instituto de Chicago, foi também Presidente da Associação Psicanalítica Americana (1964-1965) e Vice-Presidente da I.P.A. (1965-1973).



Psicanalista de sólida formação clássica, deixou inúmeros trabalhos sobre teoria psicanalítica e sobre educação psicanalítica, além de outros sobre Psicanálise aplicada à música e à literatura. Em 1959 publicou importante artigo no qual dá uma definição operacional da Psicanálise, ao enfatizar o papel da introspecção e da empatia na teoria e na clínica psicanalíticas.



A continuação de suas pesquisas levou-o a afastar-se da teoria clássica ao dedicar-se ao estudo do narcisismo. Publicou importante obras sobre este tema a partir de 1966, preocupando-se ainda com a aplicação de seus pontos de vista teóricos à clínica psicanalítica ao estudar o tratamento psicanalítico das perturbações narcísicas da personalidade.



As primeira obras de Kohut sobre o narcisismo já mostram, a um estudo mais pormenorizado, indícios da contribuição que o ocupou até o final de sua vida: a Psicologia Psicanalítica do self.



Neste volume estão incluídos cinco dos principais trabalhos sobre o narcisismo e sobre a Psicologia do self, publicados originalmente em periódicos e mais tarde reunidor por Paul H. Ornstein nos dois volumes de The Search for the Self.

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editou em:
19/05/2021 19:02:52

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