Sem Destino

Sem Destino Lee Hill


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Sem Destino


(Easy Rider)




Em 27 de setembro de 1967, Peter Fonda estava descansando num hotel em Toronto, Canadá. Acendeu um baseado e ficou olhando uma foto de The Wild Angels (1966), que o mostrava junto a Bruce Dern em frente a duas motocicletas. Ali, sob o efeito da marijuana, começou a nascer na cabeça do filho de Henry Fonda, irmão de Jane, um pequeno filme de estrada, que mudaria Hollywood para sempre, sintetizando os medos e as esperanças dos anos 60.

Era Sem destino (Easy Rider, 1969). Dois motoqueiros hippies viajando pelos Estados Unidos de motocicletas em busca de uma grande partida de cocaína. "Eu e o Dern seremos os caubóis modernos", delirou Peter entre as fumaças do baseado. No lugar de John Wayne ou Gary Cooper, ali estavam eles, vivenciando plenamente a liberdade na estrada.

A Rocco está lançando no Brasil, como parte da coleção Artemídia, o livro Sem destino (Easy Rider), do escritor e crítico norte-americano Lee Hill. Após uma pesquisa detalhada, Hill vai fundo nos bastidores desse filme que, mesmo com um orçamento modestíssimo (US$ 365 mil), com seu tom desolador e com seu final ultradeprimente, faturou mais de US$ 60 milhões em todo o mundo. (No mesmo ano, Alô Dolly, de Gene Kelly, com custo de US$ 26,4 milhões, arrecadou apenas US$ 15,2 milhões.)

O filme imaginado por Peter tinha tudo para não dar certo. Uma parte crucial (cenas de rua e no cemitério de Nova Orleans) foi filmada de improviso, fora do tempo e um tanto fora do roteiro, com uma câmera de 16 mm. O diretor Dennis Hopper provocou revoltas ao revelar-se um autoritário implacável e entrar em choque de egos com Peter Fonda. O roteirista Terry Southern queixou-se de que seu trabalho foi desrespeitado, desvirtuado e "estragado" na montagem final.

Mas a estréia de Easy Rider em Cannes, em 13 de maio de 1969, foi recebida com um silêncio atônito, seguido de uma ovação de pé. Não ganhou a Palma de Ouro, mas Hopper foi considerado o melhor diretor novo. Recebeu duas indicações para o Oscar, nas categorias de melhor ator coadjuvante (Jack Nicholson) e melhor roteiro original. A crítica ficou encantada. Era o começo de um novo cinema americano. Lee Hill comenta: "Sem destino mostrava não só onde o Paraíso e o Inferno podiam estar, como também, mais dolorosamente, onde a Queda havia começado."






Lee Hill nascido nos Estados Unidos é escritor e crítico de cinema, sendo também o biógrafo do escritor e roteirista Terry Southern.


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Charlitosfrog
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24/03/2013 18:59:44

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