Sem ódio nem violência (Paulo Freire #4)

O que mais chama atenção, quando do encontro com Paulo Freire através da leitura de suas obras, é o profundo humanismo: um ser humano totalmente voltado para o ser humano e para a humanização do mundo.
Para que esta humanização pudesse ter o seu "lugar ao sol", Paulo Freire coloca o DIÁLOGO. Segundo ele, somente um diálogo verdadeiro, gerador de um autêntico pensamento crítico, poderá criar as premissas para a superação da desumanização.
O projeto de libertação, pois, que Freire apresenta, parte do diálogo, cresce com o diálogo e atinge a sua plenitude no diálogo. O seu instrumento humanizador não é a violência (como muita gente erradamente pensa). Não! A libertação, segundo Freire, não pode nascer do jorrar do sangue. Ela nasce, sim, daquilo que os seres humanos têm de mais seu, a palavra, palavra que é diálogo, diálogo que é encontro das pessoas umas com as outras para pronunciarem o mundo e, pronunciando-o, libertá-lo. Só poderá haver esperança da volta da humanização quando houver esperança do diálogo entre as pessoas.
Esta é, pois, a luta, a revolução para a qual Paulo Freire conclama todas as pessoas: não a da violência institucionalizada! não a do sangue fratricida! não a das prisões! não a das torturas! mas a do encontro amoroso das pessoas entre si através da palavra, do diálogo! Daí que, segundo Paulo Freire, não há outro caminho para a libertação senão a dialogização. Será pelo diálogo que os seres humanos irão tomando consciência da desumanização, crescendo criticamente neste conhecimento e tomando atitudes capazes de a superarem. Será pelo diálogo que as pessoas se conscientizarão e, conscientizados, capazes, então, de criarem a nova realidade, o mundo novo, onde não haja mais nem opressores nem oprimidos mas humanos mais humanos num mundo mais humano numa permanente caminhada nos caminhos da libertação!

Educação / Sociologia