Este livro, contextualiza o debate entre Freud e Romain Rolland sobre o misticismo e privilegia um aspecto específico do pensamento freudiano: a reflexão sobre a noção de sentimento oceânico. Inicialmente, a obra concentra-se no pensamento de Freud, cujo interesse pela religião motivou-o a produzir um significativo volume de textos, mas que se vincularam principalmente aos aspectos ilusórios da vida religiosa. Em um segundo momento, procura-se resgatar os argumentos de Romain Rolland, cuja sensibilidade religiosa levou-o a buscar na Índia uma compreensão mais ampla da experiência religiosa, possibilitando-lhe dilatar o horizonte religioso para além de sua religião pessoal – o cristianismo.
Trata-se, portanto, de duas grandes personalidades, cada qual fixada ao seu modo na cultura ocidental a partir do século XX. De um lado, o cientista e psicanalista que procurou, através de sua construção teórica, libertar o homem de suas “ilusões” religiosas; de outro, o romancista que, por meio da literatura e da pesquisa da mística oriental, ambicionou decifrar a essência da natureza humana