Além da nítida referência ao modo de vida de um sertanejo em geral preso a pequenas cidades, a contística de Bariani Ortencio, feita à base de uma oralidade marcante, tem na sua forma traços de um registro do dia a dia da vida sertaneja no interior de Goiás. Mesmo em contos que possuem a estrutura tradicional da narrativa de poucas páginas, arrasta-se pelos textos um teor cronístico, pois neles não predomina um teor dramático. Seja no relato de emboscadas, nas negociações entre velhos conhecidos, no rejuvenescimento amoroso do velho coronel, nos conflitos que todo garimpo gera, na busca implacável de bandido, as narrativas de Sertão sem fim em geral declinam do tom dramático que o conto por vezes requer, para dar lugar a relatos que vão compondo uma visão do interior do Brasil.
Contos / Literatura Brasileira