Neste livro, Luis Kehl brinda os apaixonados pela história de São Paulo com uma visão muito particular e, ao mesmo tempo, sagaz e substancial. Uma das histórias incríveis; a fundação do Colégio de Piratininga, embrião da cidade, em 1554, não foi tranqüila; os jesuítas subiram ao planalto à revelia do governador-geral e se estabeleceram na colina às margens do Tamanduateí, contrariando inclusive ordens vindas de Lisboa e Roma. Tamanha audácia por parte do Superior da Companhia no Brasil, o padre Manoel da Nóbrega, faz supor a existência de um ideal maior e desvinculado do projeto colonial português, que valesse os enormes riscos da empreitada. Que motivações teriam levado aqueles homens a embrenharem-se na mata, enfrentando todos os perigos em nome de suas crenças e convicções? O levantamento e análise dos fatos e elementos simbólicos e doutrinais que cercaram a fundação da casa de meninos de Piratininga é o objeto deste estudo, que lança uma luz inteiramente nova sobre as origens da cidade de São Paulo. Amparado nas cartas jesuíticas que relatam tanto o dia-a-dia quanto os momentos mais dramáticos que cercaram a fundação, o autor esmiúça fatos, datas e locais em busca dos sinais ocultos dessa empreitada.