Ler Bianca Ramoneda é como se deixar levar por um rio. Sua prosa fluida viaja por regiões que vão do prosaico à profundidade abissal. Bianca é torrencial com suas imagens vertiginosas a perseguir a velocidade do pensamento. Mas não há desordem ou caos em sua sintaxe. A prosa rola sempre ordenada, quer em remansos mais extensos quer em brusca corredeira. E segue Bianca, truta a nadar contra a corrente. Poeta e atriz que por um triz que por um triz não tira, para sempre, o fôlego das mais de vinte mil plateias que já a ouviram voar. Vai Bianca, entre gestos e letras, brilhar como só o sol. Entre ler e ver Bianca, eu fico com os dois.
Chacal, agosto de 1996
Ficção / Literatura Brasileira