Os cotidianos mostram a indissociabilidade entre real e imaginário que o jornalismo, deles nutridos, combate. Isso se explicita nos ideais jornalísticos de clareza, exatidão, precisão, isenção, objetividade, imparcialidade; na sua convicção de que os fatos são uma coisa e as interpretações, outra; na separação entre a vida e o ser que a vive.
Trata-se de um iconoclasmo que tenta se desvencilhar da imagem para se furtar à polissemia que a acompanha e à complexidade do mundo que ela indicia. Mas o imaginário é incontornável, sustentando, sob o nome de real, os alicerces até do texto jornalístico mais esquemático. Só que a imagem, aí, perde sua pregnância simbólica, degrada da que fica em dados burocráticos, atraiçoando o papel do jornalismo de relacionador de significados, esvaziando seu lugar de encruzilhada de saberes.
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