Em sua Substância e na sua metodologia, a obra de Gilberto Freyre é de Sociólogo, historiador social, antropólogo e psicólogo social. Ele é tudo isso e mais. Sua visão é quase augustiniana. Em "Sobrados e Mucambos", o ambiente muda: a casa-grande torna-se mansão urbana, e a senzala, mucambaria. Mas o estilo literário de "Casa-Grande & Senzala" continua em "Sobrados e Mucambos" a assemelhar-se à água que flui após uma tempestade: é rico, profundo, transbordante. Lembra o melhor de Proust, porém é mais robusto, mais vivido, mais abrangente que Proust. Tem um alcance mais vasto e uma maior profundidade. Através desse estilo, o autor revela e abraça toda uma cultura em formação... Alguma coisa de intuição bergsoniana, de penetração poética e de visão artística, junto a tudo que é técnica e jargão conhecidos como ciência nas ciências sociais.
Sociologia / História do Brasil