Nasceu mulher, num espaço e num tempo pequenos demais para a conter. A sua sede de Infinito levou-a a procurar a plenitude num amor sonhado mais do que sentido, vivendo no paroxismo de se querer dar e de não ser de ninguém: "Quem me quiser/[...] Há-de ser Outro e Outro num momento!/ Força viva, brutal, em movimento,? Astro arrastando catadupas de astros!"
Poesia-emoção, mas sobretudo poesia-paixão, misto de dor, ânsia e saudade, a obra poética de Florbela Espanca dá-nos, em doloridos arranques de alma, toda a força dum Fogo nascido no corpo amado da planície alentejana, que se espalha por Terra, Água e Vento, poderosa e vibrante, "Terra tão pisada,/ Gota de chuva ao vento baloiçada...", sonhando sempre no mísero viver humano o amor redentor de um Deus.
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Poemas, poesias