Difícil conceber racionalmente as causas pelas quais escrevemos poesias. Inclusive porque isso incorreria numa certa “usurpação dos méritos”, injusta e vaidosa. Não escrevemos poesias; elas se escrevem através de nós. Impõem-se mesmo em momentos insólitos, às vezes impossíveis. Já não tenho as contas de quantas poesias perdi por não poder parar no meio do trânsito ou no meio de um banho para atender à requisição imperiosa das mesmas. Depois, esvaem-se completamente ou ficam apenas fragmentos, que têm de ser “remendados”, sempre de forma deficitária.
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