Tarumirim

Foi longo o período que levei até concluir este livro. Anos de trabalho várias vezes, interrompido por meses a fio. Desanimei outras tantas. Retomei fôlego quando vieram às minhas mãos os escritos do tio bisavô Argipe. Sincronicidade que reavivou todo o texto ora pronto. _Ora, pois, pois! Um idoso ter escrito os relatos que não gostaria de levar para o túmulo, ou decidiu aliviar da mente a saudosa, ou demasiada carga de viver ouvindo o boato de que um irmão matou o outro, ou seria verdade?... Quiçá não passasse de história, ou necessidade de distração... Posso dizer que em determinado momento da minha juventude resolvi escrever um livro sobre a infância de um menino arteiro até a mudança da família para a capital. Quando tudo parecia encerrado surge outro escrito vindo das mãos de um tio irmão e o texto todo toma nova direção. Posso dizer que este livro saiu ao acaso do destino e a três mãos. Também devo falar dele que se lido o primeiro capítulo e saltando o segundo; ao manter esta sequencia até o fim, perceberá outro livro dentro do mesmo contexto... Antes do término deste livro o tio Justino teve mais um filho assassinato. Também um neto, no mesmo dia. Guardo já com saudade a primeira versão de cada rascunho, de cada livro e vos entrego o que de melhor foi apurado.