Teatro de Sombras, O

Teatro de Sombras, O Paulo Manoel Ramos Pereira


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Teatro de Sombras, O





SOBRE ESTE LIVRO:

Tenha delicadeza com este livro, abra-o com alarme, cuidadoso. Não seja desatento, pois ele pode ser um chão firme – como o poeta e sua métrica – mas, a contragosto, o chão firme também escorrega, com a “lama esgotada de si mesma”.

Aqui tem-se um volume de agora, lúcido, mas ao mesmo tempo bêbado das águas que atravessam todos os tempos, de uma embriaguez que se esconde em nós, leitores, pois também bebemos o gole que nos oferece Paulo Manoel Ramos Pereira, esse poeta da má vontade e do inaceitável, do contrário, mas não do contraditório. Um artista que domina sua arte para então libertá-la.

Pois, camaradas, são páginas que observam o mundo e o prendem, mas depois questionam: “Shangai ou Xingu: onde esconder-me feito tatu?” É a sensibilidade que nos provoca a perceber que buscamos um lugar nosso, como A flor sem charme busca o dela, por isso a má vontade: como seremos nós em um mundo que não é ele? Aí aparece a vontade oposta, a de não escrever mais nem uma linha aqui, mas, ao contrário, correr para o “desendereço a que guie-me a desbússola”.

Então, continuamos, porque assim como o poeta, o palhaço somos nós, e este apanhado é espelho para mostrar-nos sem disfarce, um livro que nos pertence para depois abandonar-nos, como a goiaba faz com a goiabeira, no teatro em que também atuamos por desgosto e má vontade. Mas perceba: pela má vontade, a cortina do teatro de dentro também se fecha — e aqui temos um livro para reabri-las.



Mazinho Souza nasceu em Aparecida de Goiânia, em 1992.

É autor de cobra criada (martelo casa editorial, 2019).

É graduando em Filosofia e fundador do selo literário

Goiânia Clandestina, idealizando festivais literários e editando

publicações no cenário regional. Como arte-educador,

promove oficinas de escrita, leitura e pensamento

filosófico com jovens e crianças na periferia de sua cidade.



***

Em O teatro de sombras, obra de estreia de Paulo Manoel Ramos Pereira, o chiaroscuro intrínseco aos poemas divide-os em duas seções, que bem dialetizam verso livre e forma fixa. O poeta dá contorno singular a vicissitudes variadas, existenciais ou pragmáticas, dando conta de jogar luz ou projetar a silhueta do objeto perscrutado, escondendo-o e revelando-o segundo o prisma sentimental apontado. Por outro lado, o inventário referencial do autor contribui para o movimento de sua poesia, por vezes homenageadora e metalinguística. Os ganhos e as perdas resultantes do embate de luz e sombra equilibram-se numa balança sensual, que sopesa alegrias e tristezas, a confessar que “O teatro de sombras talvez/ feche as portas; jamais apaga/ as luzes.”

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