Teatro espanhol do século de ouro

Emoldurados pela era das grandes navegações e descobrimentos, os anos transcorridos entre 1580 e 1680 ficaram conhecidos como o Século de Ouro na Espanha, em função do volume, da qualidade e da relevância da sua produção cultural, deixando marcas profundas especialmente nos povos de língua espanhola e portuguesa. Uma de suas expressões mais importantes foi, sem dúvida, não só a da literatura como a do teatro, que, à época, rivalizava apenas com a dramaturgia isabelina da Inglaterra.
Se os ingleses tinham Shakespeare e suas arenas teatrais, os espanhóis tinham Lope de Vega e Calderón de la Barca com seu teatro-corral, semimambembe e improvisado, fundado no lirismo de seus versos, na potência da palavra e na força presencial do ator em cena. É essa atmosfera, popular e vigorosa, que a editora Perspectiva procura proporcionar a seu leitor, ao organizar uma coletânea criticamente selecionada e acompanhada de estudos de conjunto e específicos, a fim de propiciar as vias de acesso interpretativas e textuais aos maiores expoentes desse palco de ouro da dramaturgia universal, em que se apresentaram Juan del Encina, Lope de Rueda, Miguel de Cervantes, Tirso de Molina, Lope de Vega e Calderón de la Barca.