"Cada envelope continha uma mecha de uma vítima e uma tira de papel, que lembrava um biscoito da sorte. Nele, estava escrito uma citação. Quando me mostraram, identifiquei de imediato a gênese de tal ousadia. O desgraçado havia tirado tudo do meu livro "Sangue Escarlate". Minhas mãos tremiam ao segurar aquele pedaço de papel inofensivo até ser carregado com palavras significativas, principalmente para o autor citado. Coloquei com cuidado de volta ao saco de evidências, retirei a luva e procurei a primeira janela aberta. O clima mórbido obstruía minhas vias respiratórias, de modo que precisei acender um cigarro, não ligando para a reação que podia causar. No quarto ao lado houvera um assassinato, pensei. E eu tinha uma ligação indireta com o ato, a culpa me torturava lentamente, impedindo-me de encontrar qualquer solução sensata. O que eu poderia fazer?"
Romance / Suspense e Mistério / Literatura Brasileira / Romance policial