No texto que dá título a este livro, Tempo de muda, Renato Mezan discute os vínculos entre emoção, experiência e criação artística; sua argumentação é sugerida pela epígrafe, tirada de uma carta de Van Gogh: O que é a muda para os pássaros, a época em que trocam as plumagens, é a adversidade ou a infelicidade, os tempos difíceis, para nós, seres humanos. Uma pessoa pode ficar neste tempo de muda; também pode sair dele como que renovada.
Debatendo com os vizinhos da psicanálise, estudando a dinâmica que subjaz a diferentes conflitos do ser humano, esclarecendo alguns conceitos essenciais da teoria, Mezan convida o leitor a um diálogo com a disciplina freudiana - essa ciência que não é ciência, que se especializa em predizer o passado e que entra em seu segundo século de existência com uma invejável vitalidade.