Quarto volume da coleção Teoria da História, de José D'Assunção Barros. Neste livro, que se dedica a estudar o pensamento e contribuição autoral de historiadores, filósofos, e sociólogos específicos, o autor enfrenta o desafio de compreender a complexidade dos pensamentos autorais a partir de um novo conceito: o de 'acorde historiográfico' ou 'acorde teórico'. Trata-se de pensar a complexidade historiográfica a partir de uma noção emprestada à Música, o "acorde", e compreender que todo pensamento autoral estabelece combinações e conexões diversas, não se limitando aos limites de um único paradigma ou escola de pensamento. São examinados autores como Walter Benjamin, Ranke, Droysen, Max Weber, Paul Ricoeur, Koselleck, e Marx. No último capítulo, sobre Marx, o autor mostra que o pensamento de Marx e o materialismo histórico não podem ser confundidos, embora estejam em interação e Marx tenha sido um dos fundadores deste paradigma. O pensamento de Marx, bem como de outros autores examinados neste livro, é abordado de uma perspectiva complexa, a partir do estudo de suas singularidades e da rede autoral com a qual ele dialoga. A análise das diferenças entre Ranke e Droysen, dois historicistas, contribuem para mostrar que cada autor apresenta especificidades que precisam ser compreendidas de maneira complexa. As oscilações de Max Weber entre o historicismo e o positivismo atendem à mesma finalidade, assim como a inserção de Paul Ricoeur em uma rede de conexões que inclui o historicismo, a hermenêutica, a fenomenologia e o existencialismo. Na análise sobre Koselleck, um destaque é a análise de suas formulações sobre o Tempo Histórico, contrapondo-a a outros autores como Hannah Arendt. Com esta obra, pretende-se introduzir um novo recurso para a análise historiográfica e em outros campos como a filosofia e a sociologia, combinando-se a Historiografia a uma imaginação musical que busca examinar os diversos pensamentos autorais como "acordes teóricos".
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