"A crítica ao mediacentrismo aparece como um pressuposto compartilhado no conjunto das contribuições que formam este livro: um modelo insular dos meios não é válido, entre outros motivos porque os textos e as práticas midiáticas estão sempre inscritas em ecossistemas culturais mais amplos. Como propôs a recém falecida Mabel Piccini, os meios, “máquinas despóticas”, operam dentro de “redes culturais múltiplas “, em cuja heterogênea trama constituem “espaços de condensação e interseção”. Piccini inscrevia estas observações no quadro de uma crítica epistemológica, uma vez que, nas suas palavras, “a concepção dos meios como centro imobilizado ou ilhota de coerência e inteligibilidade dos processos culturais (...) é tributária de certos modelos cognitivos que tendem a cristalizar os processos sociais e políticos em pontos de referência estáticos, suprimindo, no mesmo ato, as interconexões e derivações que são a própria base destes processos”. Interconexões e derivações que, como veremos em seguida, se deixam inter- pretar apenas parcialmente em termos de relações de “intertextualidade”. Os novos espaços comunicativos não são adequadamente representados, mesmo pela metáfora bem-sucedida da “rede”, pois, como o “rizoma” ou o “labirinto”, permanecem modelos mecânicos e basicamente bidimensionais." (Gonzalo Abril)
Este livro é a versão em português da coletânea “Textualidades Mediáticas”, lançada originalmente em espanhol pela Editora UOC, de Barcelona.
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