Decorridos mais de 220 anos, a trajetória do Alferes da cavalaria paga de Minas, Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes, se mantém nos livros - e no imaginário popular - mal contada.
O relato do historiador Roberto Lopes revela a importância de um outro José Joaquim - José Joaquim da Maia e Barbalho -, precursor da independência brasileira morto na Europa, de quem a História mal se recorda.
Lopes mostra que Tiradentes pode ser considerado um importante ativista da Inconfidência Mineira, um propagandista - mas nunca o seu líder.
A versão oficial da conjura que se desenvolveu no eixo Rio de Janeiro-Vila Rica, entre 1788 e 1789, confirma a perigosa vocação brasileira para a criação de mitos.
A Corte Portuguesa mandou executar Tiradentes para mostrar que um movimento representado por um oficial de baixa patente - que arrancava dentes - não podia ser levado a sério.
A República usou o mesmo episódio para dar ao país um herói.
A verdade histórica que se dane.