Todas as cidades, a cidade

Todas as cidades, a cidade Renato Cordeiro Gomes


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Todas as cidades, a cidade


literatura e experiência urbana




As cidades e suas variadas histórias, infinitos ângulos e perspectivas, suas imbricações com trajetórias múltiplas e suas inscrições em corpos que por elas circulam são o mote do livro fundador de Renato Cordeiro Gomes, Todas as cidades, a cidade: literatura e experiência urbana. Em edição revista e ampliada, com prefácio de Eneida Maria de Souza e novo projeto gráfico, os ensaios do professor doutor em literatura comparada delineiam a cartografia da metrópole moderna a partir do encontro entre sujeitos e urbes, cidades e letras.

Lançada pela primeira vez em 1994, a coletânea tem o mérito, como destaca Eneida Maria de Souza, de reunir a mais recente bibliografia sobre o tema a partir do ponto de vista, simultaneamente sensível e preciso, de Renato Cordeiro Gomes. Inspirado em Seis propostas para o próximo milênio, de Ítalo Calvino, o autor cria conceitos a partir dos diversos textos literários analisados ao longo do livro, atravessa clássicos da literatura e dos estudos literários – de Jorge Luiz Borges a Charles Baudelaire, de Roland Barthes a Octavio Paz – e chega até os autores brasileiros contemporâneos que incorporam a cena carioca às suas histórias, como João do Rio, Marques Rebelo, Oswald de Andrade, Rubem Fonseca, entre outros.

Na primeira parte do livro, Cordeiro Gomes parte das metáforas do cristal e da chama criadas por Ítalo Calvino, capaz de “exprimir a tensão da racionalidade geométrica e o emaranhado das existências humanas”, em precisa definição do escritor italiano, para ler o ilegível do labirinto urbano. O labirinto, aliás, é outra metáfora explorada pelo escritor como símbolo do livro de registro da cidade, local no qual são guardadas suas histórias, imagens e lembranças, numa referência infinita a outros lugares e textos. O autor utiliza-se ainda de prática semelhante, quando, para escrever sobre Babel, visita textos de Franz Kafka, Walter Benjamin e Paul Auster.

Na segunda parte do texto – Suíte carioca – Cordeiro Gomes aponta o ângulo de sua análise para uma única cidade, o Rio de Janeiro, através de textos de seus mais eminentes escritores. Destaca-se aí a abordagem da cidade múltipla e provisória, que precisa conviver com demolições para se transfigurar em moderna, sem conseguir, no entanto, esconder seus escombros e suas formas inacabadas. Como destaca o autor, apesar da tentativa de construir uma cidade planejada, estes autores revolveram o caos para dar forma à cidade verdadeira, múltipla e fluida, tal qual a superfície literária que tece em palimpsesto.

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