O presente trabalho anseia apreender a concepção teórico-ideológica que fundamenta a ideologia da “sociedade do conhecimento” presente na concepção do Programa de intercâmbio e mobilidade estudantil, Ciência sem Fronteiras (CsF). Para isso, delimitamos o conceito de ideologia, segundo Mészáros (2004), como uma forma específica de consciência social, materialmente ancorada e sustentada com implicações práticas de longo alcance em todos os aspectos da sociabilidade humana, visando compreender como a categoria trabalho foi apropriada pelas teorias do trabalho imaterial, justificando as transformações no mundo do trabalho, decorrentes do processo de reestruturação produtiva a partir da década de 1970. Ao postular o fim do trabalho como gerador de valor e a superação da exploração capitalista, essas teorias fundamentaram a ideologia do conhecimento como principal força produtiva. A ideologia da “economia do conhecimento” apresenta implicações práticas no âmbito da sociedade e foi nesse sentido que buscamos analisar o CsF, como resultante de direcionamentos econômicos, situados no contexto da ideologia da “sociedade do conhecimento” cuja base teórico-ideológica encontra-se na relação entre ideologia e trabalho no modo de produção capitalista.
Educação / Literatura Brasileira / Não-ficção