Um Diário Russo

Durante sua carreira jornalística, Anna Politkovskaya sempre manteve um forte compromisso com a verdade - o que, tragicamente, acabou gerando sua morte: ela foi assassinada a tiros em outubro do ano passado no apartamento em que morava em Moscou, quando "Um Diário Russo" ainda estava em processo de edição. Com o mesmo espírito denuncista que foi a marca da jornalista durante os anos em que trabalhou na capital russa, o livro traz histórias, relatos e depoimentos que mostram a verdade por detrás dos panos de corrupção do governo de Vladimir Putin - dos últimos momentos do primeiro mandato do ex-diretor de assuntos externos da KGB a todas as falcatruas que geraram sua reeleição à presidência da Federação Russa em 2004.

Nada passa em branco pelas páginas do diário de Anna, contundente raio x das entranhas do poder pela disputa da cadeira principal no Kremlin - abordando desde a falta de candidatos dispostos ao confronto com Putin até o fim da candidatura de muitos que tinham a intenção de concorrer no esforço de dar um novo destino à Rússia. Além disso, o livro traz ainda, detalhadamente, as tragédias ocorridas no estado da Inguchétia, no Teatro Dubrovka e na Primeira Escola da Cidade de Beslan. Nesta última, ela tentou intervir como mediadora e acabou sendo envenenada, mas, após internação, conseguiu sobreviver. Um diário russo tem introdução do premiado jornalista Jon Snow, âncora do telejornal inglês Channel 4 News, que ressalta o ideal de Anna em buscar a verdade a todo custo.

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