Um Homem por inteiro

Um milionário sulista passa por uma experiência espiritual profunda e, ao final ...está tão egoísta quanto antes.



Um magnata do mercado imobiliário, endividado até a alma e em crise com o inevitável processo de envelhecimento; um bem-sucedido advogado negro, dividido entre sua ambição e os antigos ideais do black power; um rapaz branco, pobre e trabalhador, que descobre na filosofia estóica dos gregos antigos o antídoto moral contra os seus sucessivos fracassos. Esses três personagens se encontram no caldeirão racial da moderna Atlanta, no livro Um homem por inteiro, de Tom Wolfe, considerado um dos melhores romancistas americanos da atualidade. A nova obra está no topo da lista de livros mais vendidos nos Estados Unidos.Dessa vez, o autor mira sua mordacidade para a sociedade do Sul dos Estados Unidos. O eixo condutor é Charlie Croker, que enriqueceu de forma fabulosa (e inescrupulosa) no boom imobiliário dos anos 70 e 80. Ex-astro local do futebol americano, ele tem orgulho de três coisas. A primeira, sua imensa fazenda, Turpmtine, onde se dedica à caça de codornas. Em segundo lugar, a força física e a virilidade que ostenta aos 60 anos. Por fim, o projeto mais grandioso, o Croker Concourse, uma mistura de shopping, cinemas, restaurantes e hotel, construído para ser o mais brilhante empreendimento de lazer da cidade — mas que está levando ralo abaixo toda a fortuna.



Em planos paralelos, Wolfe vai apresentando as duas outras peças-chaves do romance, o advogado Roger White e Conrad Hensley, demitido de uma das empresas do grupo Croker numa tentativa desesperada de redução de custos. Ambos entrarão na vida de Charlie com propostas que poderão salvá-lo da derrocada total — mas uma exigirá dele sua consciência e a outra, sua fortuna.



Ao conduzir o leitor por esses três mundos, Wolfe usa e abusa de sua habilidade narrativa para descrever desde os costumes rurais da Geórgia até o submundo dos bairros miseráveis de Atlanta, passando pelos meandros do poder exercido por um prefeito negro e pelo high society dominado pelos brancos. Em Um homem por inteiro, esse famoso dândi dos ternos brancos e da língua afiada mostra por que foi eleito, recentemente, para a Academia Americana de Artes e Letras.



O autor

Tom Wolfe foi criado em Richmond, Virginia. Jornalista, doutor em Estudos Americanos na Yale University, mora atualmente em Nova York. É o criador do chamado new journalism e autor da reportagem intitulada Radical Chic — uma primorosa cobertura de uma festa de ricos e famosos,em Nova York, no final dos anos 60. Tornou-se mundialmente famoso com A fogueira das vaidades, lançado pela Rocco em 1988.



Críticas



"Um grande escritor como Charles Dickens captou sua sociedade e fez com que ela se eternizasse para as gerações futuras. Aqui vai uma previsão: no século XXI e depois, as pessoas irão ler os livros de Tom Wolfe – especialmente Os eleitos, A fogueira das vaidades, e seu novo romance Um homem por inteiro – para entender que nós americanos éramos pessoas birutas no final do milênio. Wolfe nos conhece em todos os campos – sexual, racial, político e econômico. Ninguém descreve melhor a ânsia humana de adquirir e impressionar."USA Today "



Vamos direto ao que interessa: o livro presta? Relaxe: o livro é bom, sim. A espera de onze anos desde A fogueira das vaidades foi preocupante, mas Um homem por inteiro dissipa rapidamente os temores de que Tom Wolfe fosse escritor de um único romance."Vanity Fair"



Se de fato houve algum pobre coitado perturbado com o sucesso de A fogueira das vaidades ele cometerá o suicídio depois de Um homem por inteiro. O romance contém passagens tão poderosas e belas quanto qualquer coisa escrita não apenas por romancistas americanos contemporâneos mas por qualquer romancista americano."The New York Times Book Review"



Independente de como o júri do National Book Award conseguiu um exemplar do segundo romance de Tom Wolfe a tempo de colocá-lo entre os finalistas do prêmio, eles tiveram toda a razão em fazê-lo. É uma performance deslumbrante, que oferece ao leitor uma visão panorâmica dos Estados Unidos no final do século XX, passando por questões políticas, econômicas e raciais, e, ao mesmo tempo, mantendo uma narrativa vigorosa que faz com que o livro enorme pareça ter apenas um quarto de seu tamanho real. Balzac tinha esse mesmo dom."Publishers Weekly"



Fica claro, quase desde o início, que Um homem por inteiro é um salto qualitativo de Wolfe como romancista. Os tipos esquematizados de A fogueira das vaidades foram substituídos por personagens que guardam mais semelhança com seres humanos reais e a tela romanesca expandiu-se, incluindo não apenas os ricos e poderosos mas também os pobres e a classe média."The New York Times"



Tom Wolfe publicou o ótimo romance, A fogueira das vaidades, serializado na revista Rolling Stone, e depois reescreveu a história da avareza na era Reagan de cabo a rabo antes de publicá-la na forma de livro, em 1987. Na versão final, o protagonista do livro é um banqueiro. Na série, ele era um romancista famoso, autor de uma obra-prima intitulada A man in slices (Um homem em pedaços). Agora, no acontecimento editorial mais esperado do ano, Tom Wolfe publicou outro romance, chamado...Um homem por inteiro. É um título melhor, e uma obra-prima também."The Wall Street Journal