Os poemas deste livro começaram a ser escritos em algumas tardes de 1999, que
tinham sempre um cheiro de tédio, como forma de fazer o tempo passar. Nos
anos seguintes, vivi uma relação conturbada com a poesia. Às vezes, ela
esteve comigo, dando ânimo e aquecendo, como uma boa xícara de café. Outras
vezes, deixei-a dormindo em velhos cadernos, esquecido dela ou receoso de
atrapalhar o seu sono. Há poemas do livro separados por duas ou três voltas
dos ponteiros do relógio, enquanto outros possuem muitos anos entre eles.
Quis, então, o destino que eles se reunissem, e se encontrassem todos em um
lugar azul.
Sérgio Medeiros