Imagine um duelo contra si mesmo em uma cidade fantasma, cercado pelos ecos de seus infernos interiores. Imagine o gosto metálico da morte a escapar entre o sangue e o ouro. Respostas sem perguntas aparentes, narrativas entrecortadas por vilarejos de uma única rua. “There is a house in New Orleans”, mas não há tempo para maiores detalhes. Por isso, esqueça as rotas de escape e apenas amole o gume da sua leitura; para onde vamos, não precisamos de mapas.
Estamos diante do que há de mais novo na ensolarada discografia do Velho Oeste. Aqui, o ritmo das histórias carrega o tom das músicas que compõem a jukebox imaginária do saloon de cada autor. Seja nos estilos bem calibrados das artes, seja no habilidoso manuseio da ação dos roteiros. A sensação é de estarmos diante de uma generosa seleção de videoclipes em homenagem às
melhores composições do velho Cash.
Como um rastro de pólvora consumido pela sede por combustão, os personagens que conheceremos nas próximas páginas atravessam desertos internos em busca daquilo que arde nas entranhas de cada peregrino: (re)conhecer os penhascos, as estradas e as vielas de seu próprio nome.
HQ, comics, mangá