A morte de Sócrates é um evento ético. Mais ou menos à margem das regras e das expectativas, ele aceita morrer. É um golpe do sujeito, seu momento de invenção. Por isso, Sócrates sobrevive menos por uma obra do que por um comportamento. Um retorno a Sócrates narra este evento singular: a morte de Sócrates. A narrativa é solene. As frases curtas criam suspense, apesar do desfecho conhecido. É que se trata de contar, mas também de compreender. E se descobre que o suspense é sobre compreender. É evidente que o enigma Sócrates não se esclarece, mas esta obra acrescenta avaliações sutis e cores fortes à cena.