Uma Vida Em Dois Dedos

Uma Vida Em Dois Dedos Alípio Amâncio Paulino


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Uma Vida Em Dois Dedos





Aos leitores desta história

Contar uma vida escrevendo apenas com o dedo médio da mão direita, auxiliado por seu par da esquerda e publicá-la, foi uma tarefa árdua para um jovem que aos 29 anos, compulsória e radicalmente, teve que se adaptar a uma nova forma de viver.

Ao contar minha história, mealhada de acontecimentos felizes e duros momentos vividos, para mim inesquecíveis, procurei tornar a leitura agradável, propiciando ao leitor viajar através das letras e personagens – o que além da superação me fez sentir a salutar alegria de sentir-me produtivo, apesar do descrédito de muitos. Entendo que isso é fato comum e independe das necessidades especiais dos envolvidos.

Penso que todos nós carecemos de cuidados; principalmente quando o fato envolve sentimentos, dependemos de outrem, para curar ou abrir nossas feridas.

Acredito no poder da criação da mente. A minha que antes estava atrofi ada, tal como meus membros, sem esperança de realizar algum sonho, confi nado a um quarto solitário, por muitos anos imaginando como seria o próximo dia, não me davam qualquer possibilidade de acreditar no ser humano que ainda habitava em mim.

Vencer a batalha e provar a mim e aos outros que eu era capaz, só foi possível quando alguém me deu créditos vivos, força e ferramentas adaptadas às minhas limitações. Então, como as águas de um rio, aos borbotões, as idéias fl uíam claras, como se tudo continuasse normal como antes daquela queda fatídica. Às vezes minhas dores me lembravam o que eu realmente sou: um tetraplégico obstinado pela arte de lidar com as palavras, que formavam frases e parágrafos, até se tornarem textos e capítulos.

Então, minha mente se sobrepunha a elas – as minhas dores. Não as delego a ninguém; com elas vivo e delas fi z sulcos pelos caminhos duros e sofridos, mas matizados por muitos momentos felizes.

Sinto – mas não nego meus erros – eles também fazem parte da minha história, onde os leitores poderão entender o que é viver intensamente, com a força de um destino que poderia ser diferente. Como não quis mudá-lo, paguei para ver e vive-lo.

Assim, comecei a entender a natureza humana…

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Maria Clara
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16/02/2013 01:14:02

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