Valsa Negra

Valsa Negra Patrícia Melo


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Valsa Negra





O ciúme de um homem é o fio condutor deste livro, quinto romance de Patrícia Melo.

Em uma narrativa na qual o suspense vai crescendo a cada página, lembrando a evolução da melodia durante um concerto, a autora faz valer a epígrafe do livro, retirada de um verso do poeta italiano Catulo: "O ódio é indistinguível do amor." Afinal, os dois sentimentos se alternam na cabeça e no coração do protagonista, deixando os leitores em dúvida sobre qual deles irá prevalecer no fim da trama.

Narrado em primeira pessoa por um maestro de prestígio, cujo nome não é revelado, o livro é centrado na relação dele com Marie, sua segunda mulher, 30 anos mais jovem e violinista da orquestra. Mas não é só a diferença de idade entre os dois que alimenta a insegurança do regente. O fato de a musicista ser judia e vir de uma família rica também contribui para que o personagem tenha certeza de que é rejeitado e traído.

Ao longo da obra, percebe-se como a obsessão do narrador vai minando seu casamento e afastando Marie. A questão afetiva, aliás, é outro aspecto conturbado na vida do protagonista. De tão focado em seu próprio universo, ele não consegue estabelecer laços sólidos com a filha Eduarda e tampouco conviver normalmente com outras pessoas próximas, como a ex-mulher Teresa, mãe da menina, a vizinha e amiga Rachel, a assistente Adriana e os outros músicos com os quais trabalha.

Elementos tão distintos quanto Gustav Mahler, judaísmo, amores frustrados, sexo, psicanálise, crise no Oriente Médio, problemas existenciais, a vida em uma grande metrópole como São Paulo e os bastidores de uma orquestra fazem parte de Valsa Negra. Da mesma forma que um regente talentoso comanda os músicos durante uma apresentação, Patrícia Melo domina esses ingredientes para construir uma narrativa coesa, que prende a atenção até a última linha.

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Resenhas para Valsa Negra (16)

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on 12/10/09


Foi neste livro que li uma engraçada (e verdadeira) comparação: a música de Camargo Guarnieri parece uma kombi velha. De repente, em meio à constância, vem um "pá!". Apesar disso, não é um livro cômico, pelo contrário; recomendo para os que gostam do mundo da música clássica, se interessam pelos bastidores de uma orquestra clássica e que apreciam personagens perturbados.... leia mais

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Vivi
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21/01/2012 01:42:42

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