"Todo o campo da Psicoterapêutica atual está inçado de obstáculos que impedem o avanço dos pesquisadores nas tentativas necessárias de esclarecimento positivo de seus problemas. Jovens que entraram esperançosos em cursos universitários, em busca de conhecimentos positivos com que pudessem enfrentar e solucionar os problemas psíquicos angustiantes da atualidade acabam na frustração e no desespero. Muitos deles acabam aderindo às correntes de aventureiros e exploradores do
campo minado. Fracassam em seus próprios casos e aumentam as legiões dos desesperados, recorrendo a expedientes escusos para se manterem num equilíbrio aparente. Descobrem apavorados a inscrição dantesca nos portais do Inferno: “Deixai toda esperança, ó vós que entrais”. Os veteranos do profissionalismo frustrado acomodamse em algumas escolas teóricas e
tentam subverter a escala de valores da Civilização da Angústia, normalizando tragicamente a anormalidade. Capitulam estrategicamente na batalha inglória à espera de futuras descobertas salvadoras. Entregam o pescoço à Esfinge de Édipo. Essa situação dolorosa das ciências do psiquismo, em meios ao esplendor do avanço geral das Ciências em outros campos, reafirma a falsa idéia gerada no criticismo kantiano, de uma dualidade trágica e irremediável do homem condenado: a da existência de um mundo inacessível às Ciências..."
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