"A poesia de Wagner Tonin é visceral e tem o poder de incomodar, de retirar o leitor de um comodismo que impede a reflexão, nesse mundo tão automatizado que nos cerca e nos aprisiona cada vez mais. Não é poesia contemplativa, mas corrosiva, porque extrai do chão mais profundo a sua indignação em relação a um mundo injusto e frio que ignora o humano. Alguns poemas seus me fazem lembrar da aridez presente na ficção de Graciliano Ramos, em especial, em 'Vidas Secas', ou da poesia de Fernando Pessoa, no heterônimo Álvaro de Campos.
Há também em vários poemas toda uma plasticidade, um ritmo, podendo se transformar em música. E há uma teatralidade no seu discurso. Sem esquecer o lirismo e a paixão que brotam de alguns poemas. Também existe a possibilidade de utilizá-los como argumento para um roteiro de um filme, em forma de curta-metragem ou clip.
Wagner Tonin estreia em um livro engajado, perturbador, mas sem esquecer a linguagem, o cuidado no trato com as palavras."
- Jaime Leitão
Poemas, poesias