O romance folhetim é uma modalidade literária que teve o seu auge no século XIX, quando era
publicado no rodapé dos jornais, de forma fatiada, ou seja, em capítulos que visavam fidelizar os leitores
e garantir uma longevidade para a história contada.
A estrutura do folhetim mantém-se viva nas telenovelas diárias e também pelo fato de muitos de
seus elementos reaparecerem em obras contemporâneas, como é o caso das duas narrativas que são
estudadas nesse livro, cujo objetivo é realizar um estudo comparativo entre o romance Verão no aquário, da
escritora brasileira Lygia Fagundes Telles e Os armários vazios, da autora portuguesa Maria Judite de
Carvalho, partindo de uma premissa recorrente que sustenta os enredos desses dois textos, a existência
dos triângulos amorosos que, nas duas obras, é formado por mãe e filha que disputam o amor do mesmo
homem e que continuam presentes na ficção contemporânea.
Nesse sentido, foi possível verificar que as histórias terminam tragicamente para as protagonistas
Raíza e Dora Rosário, respectivamente. No entanto, em Verão no aquário, a tragédia permite que mãe e
filha reaproximem-se, enquanto em Os armários vazios, Dora afasta-se de todos, vive isolada e sozinha e o
final feliz dos romances folhetins não acontece em nenhum dos dois livros estudados.
Literatura Brasileira