Viagem ao Centro de Ti é a prova de que o amor não conhece fronteiras.
O sujeito poético que vai narrando, ou se quisermos, cantando a sua aventura pelos mares e por terra, rodeado de fantasia, mas também de dura realidade, mostra que está disposto a tudo para rumar em direcção a um amor que se perdeu e cuja recuperação é ansiada, mesmo que isso implique passar pelas mais duras provações. Relembra-nos o aforismo que para amor basta uma cabana. Aqui, basta um pequeno barquinho, um par de remos e muita coragem para partir numa viagem cujo desfecho é incerto.
No entanto, consideremos por um momento: valerá mesmo a pena abandonar tudo o resto em prol do amor? Só na chegada saberemos.
Inspirada no poema épico e teológico de Dante Alighieri, A Divina Comédia, esta obra reúne em si os alicerces da mitologia, tanto cristã (desde os períodos bíblicos à Idade Média), como pagã (Grécia da Antiguidade Clássica), fazendo referência a
obras e autores que lavraram os principais campos da cultura ocidental, formando-a tal como a conhecemos hoje, desde a Antiguidade à Contemporaneidade.
É portanto uma viagem intemporal que cruza entre si os vários mitos que compõem a nossa sociedade, com o objectivo final de ser encontrada a amada desaparecida, buscando também a paz interior para o sujeito poético através do efeito de epifania, um dos muitos dons dos sonhos.