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Não aguenta mais aqueles livros açucarados em que na última página o casalzinho se abraça e se beija e vai morar num chalé no alto da colina verdejante?
Então é hora de experimentar Vinagre e outras histórias agridoces, que é uma espécie de selfie da nossa vidinha diária, da guerra entre quatro paredes, do macarrão duro, do café aguado.
Tá tudo lá, a mulher do olho roxo, o homem que não segura a mão da amada, a vovó sacana e a neta boazinha, a rainha que tem uma família do balacobaco, a cenoura que consola a desprezada, a beata doidona, o filho que cuida da mãe, o casal que brinda aos trinta anos de cagados.
Ácido demais? Talvez sim, mas é a mesma acidez que você encontra nas prateleiras do supermercado, no balcão da farmácia, na bomba de gasolina. E com uma vantagem: Vinagre pode ser lido enquanto você mastiga o misto-quente na padaria, ou enquanto espera o elevador enguiçado do seu prédio.
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Vinagre
– Trinta anos de cagados! Parabéns!
– Pra você também.
No copo de requeijão ainda com o rótulo, o casal faz um
brinde com vinagre de maçã, o melhor pra tirar manchas.
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Contos / Literatura Brasileira