Certa vez um poeta, cujo nome não me lembro, escreveu que a humanidade carecia de homens que soubessem escrever e pensar. Há quem sabe escrever. Há quem sabe pensar. Há muitos que não sabem nem uma coisa, nem outra. Mas os que sabem ambas as coisas são raros. E preciosos.
Pensar é faculdade natural do homem. Dizem até que é o que nos diferencia dos animais. Mas pensar de fato - além desse reflexo autômato que nos faz mover pernas e braços e dizer bobagens - é coisa de bravos. Porque não basta saber escrever, não basta saber pensar. É preciso ter coragem. Coragem de pôr a cara à tapa, coragem de expor a alma, o coração. E coragem não é faculdade natural do homem, é virtude arrancada dos bravos. Bravos como Fabrício D. Viana.
Em "Viver é pensar. Pensar é viver", Fabrício D. Viana exercita o escrever e pensar que o caracterizam como raro e precioso. E exarceba a sublime coragem dos que tem algo a dizer e dizem. Não se trata de concordar ou não com o que diz.
Trata-se, sim, de refletir e de cotextualizar, pois sua maior contribuição é o estímulo ao pensamento. E que contribuição pode ser maior do que essa?
Por isso, ler o que se segue é indispensável, é preciso. Porque se viver é pensar e pensar é viver, Fabrício D. Viana faz isso, não só sem papas na língua, mas, principalmente, sem papas na alma.
Rogério de Moraes